
ATENÇÃO, esse post contém
spoiler sobre o que acontece nas baladas da vida.
É ... Digamos que sou uma
baladeira, mas para começar, é bom enfatizar que moro em São Paulo, uma cidade
que simplesmente não dorme a noite, então por que eu dormiria?
Enfim, sempre fui de frequentar
muitas baladas, porém, de uns tempos pra cá, comecei a observar o que acontece
nelas. Sério, me peguei parada, reflexiva com um copo na mão no meio da balada,
pensando: “O que está acontecendo? O que estou fazendo aqui? Por que as pessoas
agem assim?”. Tudo isso sem estar bêbada, eu juro!
E como boa observadora / escritora
que sou, resolvi sentar na frente do meu velho computador e escrever sobre o
que ando vivendo, então vamos lá, comentar sobre a balada: (preciso enfatizar
que este texto está sendo escrito em um sábado à noite, dia de balada, mas que
preferi não ir para escrever sobre ele. Dilemas haha!)

Já pararam para analisar que
escolhemos qualquer coisa para fugir por algumas horas dos nossos problemas da
vida adulta? É isso que fiz com a balada, porém, quando o paraíso do mundo sem
cobranças e de todo mundo com o copo na mão feliz acaba, a conta emocional vem.
A chamada depressão pós-balada acontece e a sensação é horrível!
Vivi isso por muitos finais
de semana, um seguido do outro, até entender que balada e para ser divertida,
para você curtir uma música, talvez paquerar (o que não é uma obrigação tá?)
beber se der na telha, enfim, curtir o momento, ser um complemento de como você
é longe dela.
Por muitas noites sentia que
havia algo errado comigo, que havia algo errado na balada. Pois não é normal
você sair para se divertir e no dia seguinte se sentir culpada por ter saído,
certo? Decidi então conversar com minha psicóloga sobre isso. E após alguns
tapas que vieram em forma de palavras, entendi o que estava acontecendo. Estava
usando a balada como uma fuga emocional. “QUE ERRADO GRAZIELA”

Mas parem ai, não sou a
única a fazer isso. Digamos que 70% das pessoas que estão na balada, estão literalmente
fugindo de algo, seja de saudade do ex-namorado (a), do emprego chato, da briga
dos pais ou com o namorado (a), das cobranças da faculdade e tantos outros
dilemas da vida. São pessoas que estão naquele ambiente repleto de luzes
coloridas e música alta, tentando esquecer os seus problemas pessoais, e descontando
questões emocionais na bebida, nas drogas, ou nos ficantes.
Eles colocam suas melhores
roupas, vão de camarote com as melhores companhias. Compram vários combos de bebidas,
tiram milhões de fotos, fazem vídeos das noitadas para os stories do Instagram.
Mas ai chegam em suas casas no outro dia, e percebem que o vazio continua lá,
que os problemas continuam lá, ou seja, que nada mudou.
Mas ai, essas mesmas pessoas
ficam a semana toda esperando ansiosamente pelo final de semana chegar novamente,
para começar a viver a vida do faz de conta mais uma vez. O faz de conta que
está feliz em todos os aspectos, socialmente, financeiramente e emocionalmente.
“Vou tirar umas fotos e postar no Instagram pra mostrar que estou ótima”. Ei,
você não está não!

Já observei nas baladas meninas
lindas se desdobrando para agradar homens que se intitulam como “reis do
camarote”. Querendo chamar a atenção para encherem o ego fraco e a autoestima
falsa. Já observei caras abusivos sendo abusivos. Agindo de modo agressivo e
usando a bebida como desculpa para tal comportamento. Já vi muitas pessoas se
afundando na bebida e nas drogas e se sentindo orgulhosas por isso.
E depois de ver tanta coisa,
decidi que não quero mais. Não quero mais sair e ficar me preocupando com quem
vou acabar a noite. Ficar me culpando por aquele carinha não ter me notado, e
achar que não devo ser boa o suficiente pra ele. Não quero que a balada seja
minha única opção para fugir dos problemas. Não quero postar fotos me divertindo
quando na verdade nem estou. Sabe por que? Porque depois a conta emocional vem,
e acredite, ela é pior do que qualquer ressaca.
Por fim, encerro esse texto
te deixando uma questão:
Você que gosta de curtir as
baladas da vida, está indo para se divertir, ou para fugir?!
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